É noite no meu sertão, vejo a lua enluarada;
Na mata densa escuito, uns uivados bem distante;
Deve ser assombração, vou fechá minha janela;
Naquela cruiz da estrada morreu seu Joaquim Nhambú;
Dizem que o seu cachorro chorava quinem criança, pela farta do Joaquim;
Credo em cruiz Ave Maria, já viu cachorro chorá;
Só de pensá me arrepia.
Pode até ser verdade, teve gente que jurô, que viu o tar cachorrinho;
Por isso, que aqui escuito uns uivados e uns latidos;
Naquela cruiz nunca passo, ao anoitecê sozinho;
Garro a muié e as crianças e fazemos gritaria, quando lá vamos passá;
Levo até o meu cachorro, que é para disfarçá;
Quarqué latido que escuito curpo ele no lugá;
Assim eu me disfarço para não acreditá.
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